terça-feira, 9 de agosto de 2011

Como tudo começou


Como tudo começou


Primeiramente vale ressaltar qual era a religião predominante em Jerusalém e quais eram as denominações existentes na época dos primeiros crentes. Sabemos que a Igreja de Jesus teve seu inicio em Israel e a religião predominante era obviamente o judaísmo, porém dividido em 3 seitas: (vamos aproveitar a oportunidade para esclarecer o significado da palavra seita. Dicionário Priberam: Seita significa facção ou partido) consequentemente seria o mesmo que dizer que o judaísmo era dividido em 3 facções ou partidos:  Fariseus, Saduceus e Essênios.
 FARISEUS – (hebraico: perushim)
Muitos dentre os "perushim" tinham a profissão de “sofer” (escriba), ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se desenvolveram no seio dos perushim e se tornaram famosas: a escola de Hillel e a escola de Shammai. A escola de Hillel era considerada mais "liberal" na sua interpretação da Lei, enquanto a de Shamai era mais estrita.
Aceitavam a Torah escrita e as tradições da Torah oral, na unicidade do Criador, criam na ressurreição dos mortos, em anjos e demônios, no julgamento futuro e na vinda do rei Messias. Eram os principais mestres nas sinagogas, o que os favoreceu como elemento de influência dentro do judaísmo após a destruição do Templo. São precursores por suas filosofias e idéias do judaísmo rabínico que é o atual judaísmo.
 SADUCEUS – (hebraico: bnê Sadôq)
Saduceus (gregoSaddoukaios; hebraico: bnê Sadôq, sadoquitas) é a designação da segunda escola filosófica dos Judeus, ao lado dos fariseus.
Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral e por não crerem na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito.
 ESSÊNIOS – (hebraico: Issi'im)
Os Essênios (Issi'im), constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.
História: O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa pororum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.
Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos, retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidades e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial Judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo Judeu).
 Após a ressurreição de Jesus nasce uma quarta facção no judaísmo chamada Nazarenos, assim eram chamados os primeiros crentes em Jesus.
Segundo a Bíblia, o epíteto descritivo "Nazareno" foi aplicado a Jesus e, mais tarde, também aos seus seguidores. Essa conclusão pode ser confirmada ao se verificar a acusação que o sumo-sacerdote Judeu Ananias, junto com alguns anciãos e um advogado e orador público de nome Tértulo, levantaram contra o apóstolo Paulo, perante o governador romano Félix, em Cesaréia:
Atos 24:5
“Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os Judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos”.
 Os nazarenos eram crentes em Jesus, tanto Judeus como gentios, que praticavam o judaísmo.
Somente no ano 60DC os discípulos são identificados pela primeira vez como Cristãos. Uma conotação dada não pelos próprios discípulos, mas pelos gregos moradores de Antioquia. (At.11.26): “E sucedeu que durante todo um ano se reuniram naquela Igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados Cristãos”.
O termo cristianismo, cujo sufixo “iani” em latim denotava um partido político tal qual havia na época os “cesariani” etc., mas não tinha uma conotação religiosa, que só veio a existir por Ignacius de Antioquia. Assim, veio como pejorativo de fora para dentro sem sentido religioso por parte dos romanos e habitantes locais, já que a cidade era província do Império. Conforme David Stern (1988. p. 28), “o uso do termo ‘Cristão’ estava reservado aos crentes gentios [...]”. Mesmo assim, vistos como um grupo “político”, não “religioso”. Nessa época o “Cristianismo” nem sonhava em existir (nem sequer Jesus ouviu as palavras “Cristianismo” e “Cristão”), o qual só passou a existir a partir do século II e.c., fundado pelos “pais Cristãos” e destaco aqui “Ignacius de Antioquia” que INVENTOU a palavra “KRISTIANISMOS” para fazer oposição ao Judaísmo (ler sua “Carta aos magnesianos cap. 10”).
No primeiro século d.C. a Igreja estava bem ligada com suas raízes judaicas, e Jesus não tinha nenhuma outra intenção, Afinal, Jesus é Judeu e a base de Seus ensinamentos é consistente com as Escrituras Hebraicas. Em Mateus 5:17, 18 ele diz:
"Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra".
Jesus diz que nenhum I ou til passará da lei Jesus está dizendo que nenhuma modificação por menor que seja, será feita à lei. Para entender isso precisamos recorrer ao alfabeto Hebraico, vejamos:


A letra I ou Jota da qual a tradução nos fala é esta: o yud, a menor letra do alfabeto e para entendermos o til precisamos pegar duas letras: o chaf e o vet  duas letras bem parecidas, o que difere uma da outra é que o traço debaixo da letra “vet” passa mais para a direita, esse pequeno pedaço que sobra para fora desta letra chama-se til tão pequeno que se não prestarmos muita atenção nem percebemos que ele está ali, porém ele muda completamente o som da letra e o sentido da palavra onde ela esta localizada, por isso Jesus usa esse exemplo para demonstrar que nenhuma modificação, por menor que seja, não será feita na lei até que tudo se cumpra e Jesus completa no versículo 19: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.” Veja que Jesus não fala que quem violar e assim ensinar vai pro inferno Ele fala que será o menor, porém o que cumprir e ensinar será grande, isso nos fala de galardão! Galardão pela obediência aos mandamentos do Senhor.
Paulo ensinava a Torah e em Timóteo 3:16 e 17 ele explica a cerca desta escritura: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” Obviamente Paulo se refere ao Velho Testamento uma vez que o Novo Testamento ainda não estava escrito e ele diz que ela é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir. Portanto a base de ensinamento de Jesus e dos seus apóstolos era firmado nas escrituras que hoje chamamos de Velho Testamento.

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