terça-feira, 9 de agosto de 2011

Gentios maioria


Gentios maioria


Para o Cristianismo o período que se abre em 70d.C. e que segue até aproximadamente 135d.C. caracteriza-se como o inicio da organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por diáconos.
 Por esta época, a Igreja tinha efetivamente se separado do convívio com os Judeus não crentes, porém seguiam celebrando as festas bíblicas, observando o shabat e fazendo as orações em hebraico.
Com o crescimento da Igreja, em sua maioria de gentios, o poder teológico e político pouco a pouco foi se transferindo dos líderes Judeu-Cristãos para centros de liderança cristã de gentios, como Alexandria, Roma e Antioquia. É importante entender esta mudança, porque ela provocou os primeiros Patriarcas da Igreja a fazerem declarações anti-semita.
Com a expansão da Igreja dentro do Império Romano e com o crescimento das congregações de não-Judeus, o pensamento grego e romano começou a se infiltrar dentro da Igreja e mudar completamente a orientação da interpretação bíblica através de uma mentalidade grega e não judia ou hebraica. Isto depois resultaria em muitas heresias, algumas das quais ainda existentes nos nossos dias.
Apesar de separado dos Judeus, suas práticas são genuinamente judaicas:
De "A Apologia" de Aristides (séc. 2º)
Os Cristãos observam as leis de Deus - "Os Cristãos trazem gravadas em seu coração as leis de Deus e observam-nas na esperança do século futuro. Por isso não cometem adultério, nem fornicação; não dão falso testemunho; não se apossam dos depósitos que receberam; não desejam aquilo que não lhes diz respeito; honram o pai e a mãe, fazem o bem ao próximo; e, quando são juizes, julgam com justiça. Não adoram ídolos de forma humana; tudo aquilo que não querem que os outros lhes façam, eles não o fazem a ninguém. Não comem carnes oferecidas aos ídolos, porque são contaminadas. Suas filhas são puras e virgens e fogem da prostituição; o homem abstém-se de qualquer união ilegítima e de toda impureza; suas mulheres igualmente são castas, na esperança da grande recompensa no outro mundo..."
 Vivem na justiça e na santidade - "Observam exatamente os mandamentos de Deus, vivendo santa e justamente, assim como o Senhor Deus prescreveu-lhes; dão-lhe graças todas as manhãs e todas as noites pelo alimento ou bebida e por todos os outros bens...”
 Dos "Livros a Autolico" de São Teófilo de Antioquia (Séc. 2º)
A vida dos Cristãos demonstra a grandeza e a beleza de sua religião (livro III, 15)
"Encontra-se nos Cristãos um sábio domínio de si, exerce-se a continência, observa-se o matrimônio único, a castidade é conservada, a injustiça é excluída, o pecado extirpado em sua raiz, pratica-se a justiça, a lei é observada, a piedade é apreciada com fatos. Deus é reconhecido, a verdade, considerada norma suprema.”
SÉCULO I
Socrates Scholasticus, Eccl. History (sec 1º.) “Quase todas as Igrejas no mundo celebram os sagrados mistérios [da Ceia do Senhor] no sábado de cada semana.” 
Eusebius’s Ecclesiastical History (sec 2º.) “Então a semente espiritual de Abraão [os Cristãos] fugiram para Pela, do outro lado do rio Jordão, onde encontraram um lugar de refúgio seguro, e assim puderam servir a seu Mestre e guardar o Seu sábado.” 
Filo, filósofo e historiador, afirma que o sábado correspondia ao sétimo dia da semana.
SÉCULO II
D. T. H. Morer (Church of England), Dialogues on the Lord’s Day, Londres, 1701 (sec 3º.) -  “Os Cristãos primitivos tinham grande veneração pelo sábado, e dedicavam o dia para devoção e sermões. ... Eles receberam essa prática dos apóstolos, conforme vários escritos para esse fim.”
SÉCULO I, II, III, IV
John Ley, Sunday A Sabbath, Londres, 1640 - “Desde o tempo dos apóstolos até o Concílio de Laodicéia [364 d.C.), a sagrada observância do sábado dos Judeus persistiu, como pode ser comprovado por muitos autores, não obstante o voto contrário do concílio.” 

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